Por Gisele Queiroz
A inteligência artificial (IA) já não é mais apenas uma tendência tecnológica: no setor de energia, ela se estabelece como uma das principais aliadas para garantir operações mais seguras, sustentáveis e eficientes. Em um cenário marcado pela necessidade de integrar fontes renováveis, reduzir emissões e otimizar a cadeia energética como um todo, a IA surge como ferramenta indispensável — e seu impacto já é sentido por empresas de energia, operadoras de rede e também pelas seguradoras.
De acordo com a Research and Markets, o mercado global de IA aplicada ao setor energético cresce a uma taxa de 24,6% ao ano e deve alcançar US$ 17,75 bilhões até 2029. É uma transformação em curso que promete mudar não apenas a forma como a energia é gerada e distribuída, mas também como os riscos são avaliados, mitigados e prevenidos.
Prevenção e eficiência: os novos pilares do setor elétrico
Entre os principais benefícios da IA está a prevenção de acidentes, por meio do monitoramento constante das condições operacionais. Sistemas inteligentes são capazes de prever falhas e acionar intervenções antes que ocorram interrupções ou danos aos equipamentos.
Outro ganho expressivo está na otimização do uso de recursos. Algoritmos analisam dados em tempo real para ajustar automaticamente a produção e distribuição de energia, detectando pontos de falha e reduzindo desperdícios. Esse tipo de monitoramento preditivo também contribui para diminuir os custos de manutenção, com diagnósticos mais rápidos e precisos.
Com processos mais eficientes, o setor também avança na redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando há integração com fontes de energia renovável. A IA permite maior aproveitamento da energia produzida e menor gasto com operações excessivas.
IA como diferencial estratégico para o setor de seguros
Para as seguradoras, a adoção da IA no setor de energia representa uma oportunidade única de redefinir a gestão de riscos. A tecnologia fornece uma base sólida para avaliações mais precisas, intervenções proativas e redução significativa de sinistros.
Ao atuar na prevenção, a IA não apenas melhora a experiência das seguradoras com menor exposição a perdas financeiras, mas também contribui para um ambiente mais seguro e confiável — tanto para operadores quanto para consumidores.
Desafios: energia para alimentar a inteligência
Apesar dos benefícios, a implementação da IA no setor energético ainda enfrenta obstáculos. Um dos principais é o alto consumo de energia dos próprios sistemas inteligentes, que pode sobrecarregar as redes em momentos críticos. Outro desafio está na complexidade técnica e na escassez de profissionais qualificados. A integração da IA exige investimentos robustos, capacitação e atualização constante — pontos que ainda dificultam a adoção em larga escala.
Desafios: energia para alimentar a inteligência
Entre os exemplos concretos de uso da IA no setor, destacam-se:
- Sensores inteligentes e câmeras termais: monitoram temperatura e previnem o superaquecimento de equipamentos.
- Redes inteligentes (smart grids): ajustam em tempo real a geração e distribuição de energia
- Gerenciamento de energia renovável: identificam os locais mais eficientes para instalação de usinas eólicas ou solares.
Rumo a um futuro mais sustentável
Com a evolução das tecnologias, a IA está se tornando peça-chave na construção de um setor elétrico mais sustentável, resiliente e seguro. A integração de dados, automação de processos e previsão de cenários abre espaço para uma nova era na geração e distribuição de energia — uma era onde o risco pode ser previsto e controlado com mais precisão.
À medida que a inteligência artificial avança, seu impacto no setor energético e no mercado de seguros tende a crescer. Mais do que uma ferramenta de apoio, ela já é parte essencial da estratégia de empresas que buscam eficiência, sustentabilidade e segurança.